Resultados da pesquisa por “fundos de investimento

Carta ao Investidor | JAN 2022

Viramos a página de 2021. Mesmo que de maneira breve, é importante fazer o exercício de buscar os aprendizados e as conquistas do ano que acabou. Apesar das idas e vindas acerca da pandemia e do distanciamento social a VAI Investir cresceu. Tanto no tamanho da equipe, quanto na quantidade de leitores e assinantes em […]


Ray Dalio: você conhece o fundador da Bridgewater?

Você já ouviu falar sobre Ray Dalio? Este é, provavelmente, um dos maiores nomes do mercado financeiro da atualidade. Além de um grande investidor, Dalio também é um empreendedor de sucesso. Ele fez da sua empresa, a Bridgewater, uma das companhias mais respeitadas do mercado – graças, principalmente, aos seus princípios e habilidades em investimentos. […]


Juros e eleições devem fazer valor de ofertas na Bolsa cair à metade

Depois de as empresas surfarem os dois melhores anos do mercado de capitais no Brasil, a combinação de juro alto e da turbulência do cenário eleitoral deve ser um balde de água fria para as companhias que buscam captar recursos na Bolsa brasileira, a B3. Hoje, o mercado projeta um movimento médio entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões para 2022, cerca da metade do total de R$ 145 bilhões de 2021 – o valor do ano passado foi inflado pela dupla listagem do Nubank no Brasil e nos EUA, em dezembro.

Sócio do BTG Pactual responsável pelo mercado de renda variável, Fabio Nazari aponta que a fila de empresas candidatas à abertura de capital diminuiu muito no fim de 2021 – mais de 60 chegaram a desistir, e maioria delas não deve conseguir concretizar o objetivo de fazer seu IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês). “O investidor está mais seletivo, não há mais aquela avalanche de dinheiro entrando nos mercados”, define o executivo.

Entre as companhias que seguem na fila para estrear na Bolsa brasileira estão nomes como as redes de academias Selfit e Bluefit, a companhia de serviços Verzani & Sandrini, a varejista Cencosud, a empresa de cosméticos Coty e a indústria de alimentos Dori. Mas muitas desistiram de vez – caso da provedora de internet Vero, que anunciou o cancelamento de seu IPO na sexta-feira.

TORNEIRA FECHANDO. Em 2020 e na primeira metade de 2021, os mercados globais receberam uma grande injeção de capital por causa de medidas de estímulo ao redor do mundo.

Isso trouxe muito dinheiro ao Brasil, que contava com o estímulo extra de uma taxa de juros em mínimas históricas, o que empurrava o investidor pessoa física à Bolsa. Agora, com o juro básico perto de 10% e com tendência de alta, o estímulo vai na direção contrária.

Para Nazari, do BTG, o ano de 2022 deverá ser marcado por ofertas maiores, de empresas já listadas e escassez de estreias. Apesar de o Ibovespa ter acumulado queda de 11,93% em 2021, empresas em mercados em expansão podem ter chance de captar dinheiro novo. Foi o que ocorreu nas duas ofertas do ano passado, da varejista Petz e da petrolífera 3R.

Para o chefe do banco de investimento Itaú BBA, Roderick Greenless, o “efeito eleição”, que fecha a janela de ofertas nos meses que antecedem ao pleito, contribui para a concentração das operações.

“Nosso cenário base é de uma maior concentração nos primeiros seis meses do ano”, comenta, destacando que, caso decole uma candidatura de terceira via, em oposição a Lula e Bolsonaro, o mercado pode mostrar mais otimismo. Para Greenless, o movimento de 2022 deve ficar entre R$ 80 bilhões e R$ 100 bilhões – uma expectativa acima da média do mercado.

PESOS-PESADOS. Uma das ofertas mais aguardadas para 2022 é a venda de ações da Braskem pela Novonor (ex-Odebrecht) e pela Petrobras, podendo girar em torno de R$ 30 bilhões. Os holofotes também estão voltados para o processo de privatização da Eletrobras, que caminha para ser realizada via oferta de ações.

Corresponsável pelo banco de investimento do Bank of America no Brasil, Bruno Saraiva frisa que os investidores costumam, mesmo em anos não eleitorais, estar mais abertos ao risco nos primeiros meses.

Segundo o executivo, as empresas já preparadas e com o pedido feito à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) podem se aproveitar desse cenário. “Os fundos precisarão tomar mais risco no início do ano, mas não voltaremos para aquele cenário visto no primeiro semestre de 2021.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Governo renova promessa de privatizações apesar de atraso

O governo Bolsonaro chega ao último ano do mandato sem ter privatizado uma única estatal, apesar da promessa de se desfazer de 17 empresas, feita em 2019. As apostas foram renovadas para 2022, em pleno ano eleitoral, com sete empresas na lista, quatro delas de peso: a Eletrobras, duas companhias do setor portuário – entre elas a que administra o Porto de Santos, o maior da América Latina – e os Correios.

Além das sete, com destinos mais bem definidos, o governo quer concluir a desestatização da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF) e da Empresa Gestora de Ativos (Emgea) neste ano.

A venda da estatal de correspondências ainda é contabilizada no cronograma, apesar de o avanço ser visto com cada vez mais cautela, já que o projeto de lei que abre caminho para o leilão da empresa emperrou no Senado. Na privatização da Eletrobras, como mostrou o Estadão/Broadcast, nem o Congresso confia, tanto é que não colocou a previsão de receitas da operação para o Tesouro Nacional no Orçamento.

O Ministério da Economia também espera em 2022 privatizar a Centrais de Abastecimento de Minas Gerais (Ceasaminas), a praça de Minas Gerais da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e a Empresa de Trens Urbanos (Trensurb) de Porto Alegre.

As previsões são dadas pelo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, em entrevista ao Estadão/Broadcast. No posto desde agosto de 2020, Mac assumiu após a saída do empresário Salim Mattar, insatisfeito com o ritmo das privatizações.

Assim como o ministro da Economia, Paulo Guedes, o secretário classifica as críticas à agenda de desestatização como parte de uma “narrativa política”. Mas, enquanto o chefe costuma terceirizar a responsabilidade pela demora nas vendas, Mac Cord reconhece fragilidades internas do Executivo em tocar essa pauta. Segundo ele, o governo não tinha mais expertise para realizar privatizações e precisou reconquistá-la. A última venda de estatal federal foi da Embratel, em 1998, lembrou Mac Cord.

“Não havia estrutura interna para fazer isso, memória. Tivemos de reconquistar esse conhecimento dentro do governo”, disse. A ala tucana de oposição ao governo Bolsonaro costuma rivalizar o avanço tímido da atual administração com as privatizações em série feitas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “Hoje tem uma série de limitações e governança que não havia na década de 90, esses ritos todos do Tribunal de Contas da União (TCU)”, justificou Mac Cord.

Cautela

No mercado, não há confiança de que todas sairão neste ano. O risco está cotado principalmente para os ativos que deverão ser leiloados no segundo semestre, marcado pelo pleito eleitoral, como é o caso do Porto de Santos.

Sócio-diretor da UNA Partners, o economista Daniel Keller considera difícil que a capitalização da Eletrobras se concretize em 2022, em razão da complexidade da operação e das arestas que o governo ainda precisa aparar. “De novo, vem a agenda política, que está começando forte com quem quer se candidatar já se colocando (contra as privatizações)”, disse Keller.

Mac Cord rebate a avaliação de que o pleito eleitoral representa um empecilho às desestatizações. Para ele, o volume de investimentos previstos nos projetos é um fator que atrai apoio às vendas. A privatização do Porto de Santos, por exemplo, promete movimentar R$ 16 bilhões. Para Mauricio Lima, sócio-diretor do Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), o volume de investimentos previstos nos empreendimentos pode ajudar a vencer resistências.

Mac Cord afirmou que houve uma “mudança grande de rota”, com a aprovação de marcos legais no Congresso, como do saneamento, das ferrovias, da cabotagem e do gás. “Para um próximo governo, a ferramenta está pronta”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Reserva de emergência atrativa novamente

A reserva de emergência é comumente indicada para compor um portfolio no planejamento financeiro individual e familiar. O percentual da carteira a ser alocado nesse tipo de ativo varia muito em função da estabilidade e garantia da renda mensal do indivíduo/família. Indicamos um valor padrão que corresponda a 6 meses de gastos correntes. Esse valor […]


Quando o WhatsApp ajuda a salvar vidas

Para quem está cansado das constantes notificações de grupos de WhatsApp, existem algumas provas de que eles podem ser muito úteis e ir além de figurinhas engraçadas – dependendo, claro, dos contatos de cada um. Foi uma mensagem no aplicativo que deu início a uma das maiores mobilizações para acelerar o tratamento dos primeiros casos graves de covid-19 no Brasil.

A Magnamed – do empresário Wataru Ueda – precisava de ajuda para ampliar a fabricação de respiradores para atender à demanda e dar mais chance de sobrevivência aos pacientes graves que se avolumavam em hospitais despreparados para a pandemia. E foi graças a um “zap” que ela conseguiu fazer isso com velocidade, após um recado de socorro enviado por Ueda ao grupo dos formandos de 1982 do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP).

Esse networking garantiu que o telefone do empresário tocasse com uma oferta de auxílio. Do outro lado da linha estava seu colega de curso, Walter Schalka, que comanda a produtora de celulose Suzano desde 2013. A ajuda foi o primeiro passo para que a Magnamed conseguisse aumentar rapidamente sua produção.

E não parou por aí. Depois, outro colega, dessa vez da fabricante aeronáutica Embraer, ofereceu apoio. E a rede foi crescendo, permitindo que a companhia, fundada em 2005, pudesse atender à elevadíssima demanda por respiradores, no pior momento da pandemia, numa parceria inédita entre empresas do setor privado.

O apoio apareceu de várias formas. A Suzano, grande exportadora brasileira, ajudou a trazer as matérias-primas necessárias para a produção dos respiradores, em um momento em que a logística e comércio globais enfrentavam dificuldades. Isso deu fôlego à companhia, cujas vendas em 2020 se concentraram nas diversas esferas governamentais.

EXPANSÃO

Com esse aumento repentino da demanda, o negócio se multiplicou. Depois de ter atingido um faturamento recorde no ano passado, de R$ 340 milhões (7,5 vezes a receita de 2019), a produção agora começa a caminhar num ritmo mais normalizado, com o alívio na crise sanitária propiciado pelo alto porcentual de brasileiros vacinados. Para este ano a projeção é fechar em R$ 150 milhões de faturamento, passando a crescer 25% anualmente a partir de 2022, chegando a R$ 350 milhões em 2026.

Com o ritmo de vendas retornando à normalidade, a Magnamed já estabeleceu seu planejamento estratégico pós-pandemia: reforçar sua atuação no mercado externo. “Hoje o Brasil representa apenas 1% do mercado externo de respiradores, há espaço para crescermos”, diz Ueda.

A Magnamed foi fundada por Ueda ao lado de outros dois engenheiros, Tatsuo Suzuki e Toru Kinjo. O primeiro aporte recebido pela companhia foi em 2008, quando ela ainda estava em seu estágio inicial, foi pelo fundo Criatec, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES). Nessa época, a companhia ainda estava incubada no Cietec, polo de startups da Escola Politécnica da USP. Em 2015, recebeu sua segunda injeção de capital, desta vez do fundo de impacto social Vox Capital. Somados, Criatec e Vox têm 54% da companhia.

Além de proporcionar o capital necessário para que o negócio emplacar, a presença desses fundos na empresa, segundo Ueda, ajudou na governança – como a implantação de um conselho de administração, algo que foi importante na hora de tomada de decisões no calor da pandemia.

NOVA LINHA

Um dos produtos que Ueda acredita que será um trunfo na internacionalização é uma nova linha de ventiladores pulmonares com fonte própria de ar comprimido. Na prática, esse tipo de respirador exige menos investimentos, evitando a necessidade de ter uma rede de ar comprimido hospitalar – algo que pode ser uma saída para diversas regiões de renda mais baixa, evitando colapsos como a que ocorreu em Manaus, no início de 2021.

Com produtos como esse, a Magnamed quer arrecadar até 80% de suas receita com exportações – contra os 20% de vendas externas que a empresa contabiliza hoje. Para dar conta desse salto, a empresa está colocando os pés lá fora: no momento, está construindo uma fábrica nos Estados Unidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.