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Tipos de ações no mercado: confira quais são e como escolher!

Por
Bernardo Frade

Você conhece os diversos tipos de ações disponíveis no mercado financeiro brasileiro? Quando se trata de investimentos na bolsa de valores, conhecer as características dos diferentes ativos disponíveis é importante para saber o que se está comprando.
Quando o investidor entende as diferenças entre as ações do mercado, consegue tomar decisões mais seguras e certeiras no momento de comprá-las – alinhando os tipos de ações com os seus objetivos de investimento. Então, é importante entender mais sobre o assunto, certo?
Continue a leitura do artigo para conhecer os principais tipos de ações encontrados na bolsa e descubra como escolhê-los na hora de investir!

Quais são os tipos de ações disponíveis no mercado?

Quem está iniciando sua jornada no mercado financeiro e deseja começar a investir na bolsa de valores provavelmente já sabe um pouco sobre as ações.

Em poucas palavras, uma ação é uma pequena fração do capital social de uma empresa. Muitas companhias abrem seu capital e disponibilizam seus ativos no mercado financeiro para captar recursos. E os investidores que adquirem essas ações se tornam acionistas do negócio.

Entretanto, saber apenas esse conceito não é o bastante para fazer escolhas inteligentes. É preciso entender também que cada ação é diferente – e possuem características particulares.

Antes de escolher qualquer ativo, o investidor precisa, além dos conhecimentos básicos sobre o que é uma ação e sobre análise de fundamentos, saber qual tipo de ação está comprando.

Existem no mercado diferentes tipos de ações: preferenciais, ordinárias, units, dentre outras. E vale a pena conhecê-los mais a fundo.

Entenda melhor sobre cada tipo a seguir:

Ações Ordinárias (ON)

As ações ordinárias, também conhecidas pela sigla ON, podem ser uma das ações mais comuns de serem encontradas no mercado financeiro.

Esse tipo de ação oferece ao investidor o direito de voto na nas Assembleias Gerais – como na eleição de membros do conselho de administração da companhia, por exemplo.

Por outro lado, apresenta uma desvantagem. Caso o empreendimento venha a falir, os donos de ações ordinárias receberão o dinheiro ao qual têm direito somente depois daqueles que possuem ações preferenciais e dos credores.

Ou seja, não há preferência de pagamento para os que possuem essas ações.

O mesmo ocorre em relação ao pagamento de proventos. Quem possui ações ordinárias normalmente não têm preferência no pagamento de juros sobre capital próprio e dividendos, por exemplo, na comparação com detentores de ações preferenciais.

Ações preferenciais (PN)

Ao contrário das ações ordinárias, as preferenciais (PN) não costumam trazer ao investidor o direito de voto em uma assembleia.

No entanto, como o próprio nome já diz, elas são preferenciais. Ou seja, oferecem certa prioridade no recebimento de dividendos de um empreendimento. Isso significa que um detentor de uma ação preferencial pode acabar recebendo proventos antes dos detentores de ações ordinárias.

Essa regra vale também para o caso de falência. Contudo, vale destacar que é bastante comum que, em caso de falência de uma companhia, até mesmo os acionistas com ações preferenciais não recebam aquilo que lhes seria de direito.

Um outro ponto a se destacar é que, normalmente, as ações preferenciais têm maior liquidez no mercado na comparação com outros tipos de ações.

Ações units

Os certificados de depósitos de ações – ou units – são uma espécie de pacote de ações compostos por mais de uma classe de ações. Este pacote, portanto, é composto por ativos distintos.

Isso significa que uma unit pode conter um conjunto de diferentes de ações, por exemplo, preferenciais e ordinárias. Não se trata, portanto, de uma ação individual, mas sim um “grupo” de classe de ativos, que pode ser formada por diferentes tipos.

Outros tipos de ações

Além desses três tipos, vale mencionar rapidamente outros tipos de ações com as quais os investidores podem ter contato ao longo dos anos investindo no mercado financeiro.

São elas:

  • blue chips: ações ligadas a companhias de renome, que possuem uma forte reputação e um negócio consolidado. Blue chips no mercado podem ser ações de empreendimentos como Ambev, Vale e Petrobras, dentre outras;
  • small caps: consideradas ações de empresas menores, podem gerar um volume de negociações menor – e, por isso, costumam ter baixa liquidez;
  • mid caps: geralmente associadas a organizações de médio porte. Podem apresentar uma liquidez menor que as blue chips.

Importante destacar, contudo, que o tipo de ação relacionado ao tamanho da empresa não invalida os tipos de ações ON, PN e Units. Assim, uma blue chip, por exemplo, pode ser ordinária ou preferencial.

Como diferenciar as classes de ações?

Cada ação tem um código único formado por letras e números que podem ser utilizadas para identificar a classe de cada uma. Assim, para facilitar a negociação na bolsa, cada ação tem um ticker formado, geralmente, por 4 letras e 1 número.

As ações preferenciais, por exemplo, costumam utilizar o número 4 em seu ticker. Alguns exemplos de preferenciais são: PETR4 (Petrobras), ITUB4 (Itaú), LAME4 (Lojas Americanas), e outras.

Já o código das ações ordinárias costuma terminar com o número 3. Alguns exemplos de ON são ABEV3 (Ambev) e PETR3 (Petrobras), entre outras ações negociadas na bolsa brasileira.

As Units, por outro lado, são identificadas normalmente pelo número 11. Algumas units encontradas no mercado brasileiro são SANB11 (Santander) e TIET11 (AES Tietê). Vale a pena destacar, no entanto, que ETFs e fundos imobiliários também podem ter um ticker terminado em 11.

Outros códigos

As organizações podem também personalizar algumas classes de ativos. Elas podem fazer isso em situações específicas – como quando decidem oferecer direito de voto distintos para os acionistas.

Dessa forma, essas ações podem passar a ter números diferentes no seu código, como 5, 6 ou 7, por exemplo. Para exemplificação, o código 5 costuma ser usado para identificar ativos preferenciais da classe A (com garantia de recebimento mínimo de dividendos).

O número 6 no final do ticker, por outro lado, pode indicar ações preferenciais classe B (que costuma oferecer ao investidor um pagamento de dividendo pré-estabelecido).

Como escolher entre os tipos de ações do mercado?

De forma geral, os investidores podem ter mais contato com as ações preferenciais ou ordinárias – aquelas com código 4 e 3, respectivamente. E, depois de conhecer as características e diferenças entre elas, é normal surgir a dúvida: afinal, qual delas escolher?

Escolher entre as classes de ações pode não ser fácil, principalmente porque essa decisão depende de muitos aspectos. Inclusive, é preciso levar em consideração seus objetivos em relação aos seus investimentos.

Por exemplo, para você, vale a pena ter direito a voto na companhia? Ou a preferência pelo pagamento dos dividendos pode fazer mais sentido?

Tanto as ordinárias quanto as preferenciais apresentam vantagens e desvantagens. Cabe ao investidor decidir qual dos aspectos têm maior peso na sua decisão.

Além das características das ações, não se esqueça também de analisar os fundamentos da empresa, como a saúde do negócio, política de dividendos, qualidade da gestão, regras de governança, etc. Desta forma ficará muito mais fácil tomar decisões mais sólidas ao investir na bolsa de valores!

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