Existem conhecimentos fundamentais que todos deveriam ter antes de começar a investir. Um deles é a ideia de que qualquer investimento envolve riscos – embora alguns deles apresentem um nível mais alto de segurança.
Na verdade, qualquer atitude que tomamos em se tratando de finanças possui riscos envolvidos. Até mesmo deixar o dinheiro em casa lhe expõe a perder valor com a inflação ou a sofrer um furto. Então, o perigo não é uma característica exclusiva dos produtos investimentos.
Entender esse ponto e conhecer as diferenças entre risco e volatilidade – característica dos investimentos em renda variável – é essencial para proteger sua carteira. Continue a leitura e saiba mais sobre este assunto!
O que significa risco?
No mercado financeiro, os riscos representam a possibilidade de o investidor não ter os resultados que esperava com seus investimentos. Ou seja, é possível se frustrar com a rentabilidade de um investimento ou mesmo perder a quantia – ou parte dela – investida nele.
Os investimentos apresentam graus de riscos diferentes. A chance de perder dinheiro é menor em ativos menos arriscados e maior em outros. Além disso, há dois conceitos principais: os riscos sistemáticos e não sistemáticos.
Os riscos sistemáticos são os que englobam todo o mercado financeiro ou todo um setor. É o caso de crises políticas ou econômicas. Elas acabam, portanto, gerando maior perigo para os investimentos de maneira geral.
Enquanto isso, os riscos não sistemáticos se relacionam apenas com investimentos específicos. Por exemplo, pode haver determinado acontecimento que afete as ações de uma empresa, mas não ofereça maior risco para os demais ativos da bolsa de valores.
Compreendendo essa diferença, é possível afirmar que é mais fácil se proteger de riscos não sistemáticos. A diversificação da carteira, por exemplo, é uma estratégia muito utilizada para diminuir os efeitos de crises específicas.
Quais são os principais riscos ao investir?
Além de apresentarem graus diferentes de segurança, os investimentos também podem ter tipos de riscos variados.
Confira os principais a seguir:
De mercado
O risco de mercado representa a exposição às mudanças no mercado financeiro. Modificações na taxa de juros ou no câmbio são alguns exemplos de acontecimentos que podem influenciar no aumento ou diminuição desse tipo de risco.
De liquidez
O risco de liquidez diz respeito à menor ou maior dificuldade em conseguir converter o investimento em dinheiro novamente. Ou seja, com que rapidez o investidor é capaz de vender seus ativos e resgatar a quantia sem grandes perdas.
Alguns investimentos são conhecidos por reduzir bastante esse risco. É o caso de títulos da renda fixa com liquidez diária, pois permitem o resgate da aplicação sem perda de rendimentos.
De crédito
O risco de crédito está ligado à possibilidade de não receber o dinheiro que lhe é de direito — seja por parte do emissor dos títulos que você adquiriu ou de quem comprou seus ativos. Esse risco eleva a necessidade de se avaliar a solidez de empresas – e instituições – antes de investir.
Operacional
Riscos operacionais são problemas que podem acontecer durante as operações de investimento. É o caso de fraudes. Não conseguir comprar ou vender ativos por causa de falhas nos sistemas da corretora de valores ou da bolsa também é um exemplo.
O que é a volatilidade?
Agora que você sabe o que significa o risco e conheceu os principais tipos, é importante saber mais sobre outro conceito relevante. Embora sejam considerados como sinônimos por muitas pessoas, existem diferenças entre risco e volatilidade.
A volatilidade é uma medida estatística de risco. Ela aponta as variações que o preço de determinado ativo sofre ao longo do tempo. Assim, ao conhecê-la, pode-se avaliar a frequência e a intensidade das oscilações no mercado financeiro – embora não seja possível prevê-las.
Como você pode perceber, volatilidade e risco são elementos relacionados. Afinal, flutuações intensas no preço podem indicar maior risco em um investimento. Entretanto, os dois conceitos não devem ser compreendidos como representando a mesma coisa.
Existem três principais tipos de volatilidade: a histórica, a implícita e a real. A primeira é calculada de acordo com dados do passado de determinado ativo e ajuda a projetar prováveis variações dele no futuro.
Enquanto a histórica foca no cenário anterior, a volatilidade implícita diz respeito ao futuro. Ela é uma estimativa de próximas oscilações. Por isso, costuma ser utilizada para analisar preços de derivativos no mercado futuro.
Por sua vez, a volatilidade real representa a variação efetiva que um ativo está sofrendo.
Por que entender as diferenças entre risco e volatilidade?
Depois de chegar até aqui, talvez você esteja se perguntando: afinal, qual é a importância de saber do que se trata cada conceito deste post?
O fato é que tanto o risco quanto a volatilidade são aspectos centrais nas suas escolhas de investimentos. Entenda a seguir por que eles são úteis para qualquer investidor:
Montar uma carteira com o seu perfil
Conhecer o seu perfil de investidor possibilita que você tome decisões mais condizentes com seus objetivos. E qual é o elemento mais relevante no perfil? O risco. Pessoas mais conservadoras têm menor abertura a correr perigo na sua carteira.
Já investidores moderados aceitam riscos um pouco maiores, enquanto os arrojados estão dispostos a enfrentar grandes perigos em busca de rentabilidades significativas. Percebe como avaliar o risco ajuda a montar uma estratégia adequada ao seu perfil?
Tal cuidado evita que alguns investidores se exponham à vulnerabilidades que eles não gostariam de correr. Ao mesmo tempo em que possibilita que pessoas moderadas ou arrojadas não se frustrem ao investir dinheiro em opções de menor risco e menores possibilidades de ganho.
Entender a relação entre volatilidade e liquidez
Como você viu, a volatilidade está relacionada às oscilações do preço de um ativo ao longo do tempo. Assim, ela ganha especial importância para os investidores da renda variável, já que os ativos ficam mais expostos às variações do mercado.
Entretanto, a volatilidade por si só não precisa representar um risco para quem investe — principalmente se seus objetivos são de longo prazo. Então, vale a pena considerar a relação entre volatilidade e a liquidez no momento de tomar decisões.
O ideal, portanto, é procurar por investimentos menos voláteis para objetivos de curto prazo, nos quais você precisa de liquidez. Então, será mais fácil resgatar o dinheiro sem perdas.
Saber ponderar a volatilidade nas suas escolhas
Outro motivo para entender as diferenças entre risco e volatilidade é aprender a lidar com a volatilidade de forma mais tranquila. Quem investe em ações por meio da análise fundamentalista, por exemplo, não precisa se preocupar tanto com as oscilações do mercado.
Se os fundamentos da empresa continuam atrativos, a queda do preço não significa prejuízo. Pode, inclusive, indicar o contrário: boa oportunidade para adquirir mais ações.
Entender a volatilidade também é importante para os investidores focados no curto prazo na bolsa. Afinal, eles buscam obter lucro exatamente com a variação de preço ao longo das horas, dos dias ou semanas.
Neste post, você conseguiu saber mais sobre as diferenças entre risco e volatilidade nos investimentos – e a importância de compreender as características de cada conceito.
Então não deixe de considerar as informações que demos. Afinal, assim é mais fácil fazer escolhas eficientes e buscar sempre controlar sua exposição ao risco!
Quer entender mais sobre as ações de curto prazo na bolsa de valores? Leia nosso post sobre o que é e como funciona o day trade!