Análise e Opinião

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Como montar uma carteira defensiva de ações

Por
Carlos Diego Stabile

Bolsa de valores é um mercado de risco, levando em conta o ano de 2023 que começou com muitas incertezas na área econômica e política, essas indefinições afetam diretamente as empresas. Para quem já investe ou pretende dar os primeiros passos na renda variável, é importante saber formar uma carteira defensiva em cenários de instabilidade.

Mas Diego, o que são ações defensivas?

Vamos lá, as ações defensivas são aquelas que pertencem aos setores não-cíclicos da economia, ou seja, empresas que ofertam produtos ou serviços indispensáveis para a população. Com isso esses bens e serviços nunca deixarão de ser consumidos indiferente do cenário econômico. No decorrer disso, as empresas desses setores conseguem entregar desempenhos constantes.

Outras ações defensivas, são de empresas com produções voltadas para o exterior, com receita em dólar, tendem a se beneficiar. Como a receita vem através da moeda mais forte do planeta, já se protege da inflação, devido a correlação dólar x inflação.

Empresas consolidadas também são uma maneira de se defender no cenário de incerteza, chamadas Blue Chips (referência no setor), possuem um Market Share (fatia do mercado) relevante e você notará que as cotações dessas empresas têm menos volatilidade e tendem a se manter estáveis e com crescimento perene ao longo do tempo.

O mercado normalmente separam as empresas de valor (consolidadas) e de crescimento, que não chegaram em todo seu potencial.

Se falando de empresas consolidadas, sua grande maioria também são grandes pagadoras de dividendos, como são muito lucrativas, com pouco espaço para crescimento, repartem boa parte do seu lucro em dividendos para os acionistas.

Por último, mas não menos importante, na hora de montar um portfólio de ações defensivas, não se pode esquecer da correlação entre as ações.  Quanto menor correlação entre as empresas, melhor. Por exemplo, bancos tem correlação com seguradoras, já empresas de varejo tem baixíssima correlação com as de saúde.

Já, nessa linha de raciocínio, pense na diversificação da sua carteira de ações, onde a correlação entre as empresas seja a menor possível.

Por outro lado, vamos falar das empresas que mais sofrem com os momentos de incertezas, são as empresas dos setores cíclicos, sentem maiores impactos em momentos de incertezas, inflação alta, desemprego e instabilidade no mercado financeiro.

Empresas do setor de varejo por exemplo, sofrem muito com a inflação elevada, pois também temos alta de juros, menos circulação de dinheiro, logo, menos demanda por produtos que não são primários. O mesmo acontece nos setores de aéreas, viagens, locação de automóveis entre outros que não são produtos essenciais.

Levando em conta todas essas informações, resumindo, setores perenes, empresas com grande fatia do mercado e com baixa correlação, é possível criar um portfólio de ações mesmo em momentos de incertezas, buscando uma rentabilidade de longo prazo acima do CDI e com menor volatilidade que o IBOV.

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