Análise e Opinião

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Como o conflito Israel – Palestina pode influenciar o agronegócio no Brasil?

Por
Rafael Ostronoff

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Estamos em período de plantio de soja aqui na região Sudeste do Brasil. Você sabe como o conflito em curso entre Israel e o grupo Hamas pode impactar os custos da produção agrícola na safra 2023/2024?

O conflito entre Israel e Palestina na faixa de Gaza impacta diretamente o preço do barril de petróleo. A pressão recai especialmente sobre o óleo diesel, que é um componente fundamental dos custos operacionais nas propriedades rurais, principalmente durante o período de plantio da safra. O mercado de energia está em um estado de grande volatilidade, e na semana passada, o petróleo fechou com um aumento de 5%. Os riscos de uma escalada do conflito para outros países do Oriente Médio são motivo de preocupação, dado que a região abriga importantes produtores de petróleo, o que poderia ter impactos globais nos preços de combustíveis e no custo de transporte marítimo. O conflito pode ainda gerar interrupções no fornecimento de óleo, o que poderia levar a mais aumentos nos preços de energia de forma geral, sendo que o petróleo puxaria o aumento também de fontes de energia alternativas. Ao mesmo tempo há também a valorização significativa no preço do gás natural, que registrou um aumento de 30% em apenas três dias.

O gás natural desempenha um papel crucial como matéria-prima na produção de fertilizantes nitrogenados usados na agricultura. Seus preços na Europa também reagiram à decisão do Ministério de Energia de Israel de solicitar à Chevron, uma das principais empresas de energia global, que interrompa a produção em um campo de gás no litoral de Israel devido ao conflito com o Hamas. Até o momento, apesar do aumento dos preços do gás natural, os preços dos fertilizantes não sofreram alterações significativas, de acordo com informações da Agrinvest Commodities, mas esses preços podem ser alterados a qualquer momento.

O setor do agronegócio está acompanhando de perto o conflito em Israel devido à importância do país como fornecedor de fertilizantes para o Brasil. Israel ocupa a segunda posição no ranking de exportação de superfosfato simples, a terceira posição no superfosfato triplo e a quarta posição no cloreto de potássio. Por fim, além da eventual pressão de alta em custos de produção que pode vir pela frente, o conflito segue no radar pela importância do Oriente Médio para a pauta exportadora setor agrícola brasileiro.

Caso tenha dúvidas sobre o assunto ou queira mais informações de como se proteger em caso de uma disparada de preços, entre em contato!

 

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