Análise e Opinião

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Não Compre Gato por Lebre! Cuide de Sua Previdência Privada

Por
João Santos

A previdência oficial no Brasil surgiu no ano de 1923 por meio de uma lei proposta pelo então deputado Elói Chaves que tinha o objetivo de proteger o futuro dos ferroviários. Ao longo do tempo outros trabalhadores foram sendo incluídos entre os beneficiados pela legislação, o que resultou no surgimento dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPI, IAPB etc.) organizados por categorias profissionais.

O volume de recursos acumulados e a intervenção estatal conduziram à unificação, em 1966, dos Institutos e a criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INAMPS), precursor do atual INSS.

Com o passar do tempo, os contribuintes perceberam que o benefício de aposentadoria não era suficiente para garantir a sua manutenção e a de sua família, abrindo espaço para novas formas de previdência complementar.

Dando um salto no tempo, a estabilização monetária resultada pelo Plano Real (1994) ampliou o campo da previdência privada, especialmente para assegurar projetos pessoais de longo prazo, desde a reserva para formação dos filhos, aquisição de bens ou complemento de benefícios para assegurar uma velhice mais tranquila.

Neste propósito o que seria razoável para o gestor do plano? Entender os objetivos, analisar o perfil do investidor, aplicar adequadamente os recursos de médio ou longo prazo para manter o poder de compra e ainda proporcionar ganho real para os poupadores.

É inegável os benefícios da previdência privada, conhecidos dos investidores e aqui destacaremos três:

  1.  Liquidez – embora não seja o propósito principal, é possível solicitar retiradas do seu plano a qualquer momento, respeitando o prazo mínimo entre   solicitações.
  2.  Portabilidade – com a reserva constituída o investidor tem a possibilidade de trocar seu plano ou gestor sem ter que resgatar ou pagar Imposto de Renda.
  3.  Benefícios Tributários – Não há come-cotas e o IR pode ser de apenas 10% na tabela regressiva. É possível abater até 12% da renda bruta através do PGBL.

Já em casos de morte, dependendo da legislação do estado, os beneficiários não pagam o imposto de herança, o que facilita o planejamento sucessório.

No entanto, por falta de acompanhamento e de assessoria especializada, muitos investidores se frustram ao descobrir que seus recursos foram mal investidos, comprometendo – e muito! – os seus projetos.

Assessorando um cliente, com base em extratos de um “bancão” de 03/12/22, apuramos a seguinte situação:

Extrato

Leia também: Quais as vantagens de se investir em previdência privada?

Analisando o quadro, mesmo não sendo especialista em finanças, você concluirá que, nos três períodos, os planos tiveram um rendimento inferior ao CDI. A situação foi ainda pior para os investidores do Fundo B, que amargaram perda de capital.

Ao perceber o pífio resultado e que o rendimento de três dos planos foi inferior até mesmo da caderneta de poupança, o investidor percebe que comprou lebre e recebeu um gato.

Tal conclusão gera um sentimento de indignação e, a primeira reação é a de sacar o seu dinheiro. Porém tal reação pode aumentar o seu prejuízo já que a por conta da tabela regressiva de imposto o valor pode ser tributado em determinados casos em até 35%.

Caro leitor, se você estiver enfrentando uma situação semelhante entenda que a melhor opção é realizar, com o auxílio de um assessor financeiro, a portabilidade da sua Previdência Privada. O assessor irá colaborar na pesquisa por um gestor especializado neste tipo de investimento e que tenha taxas de administração adequadas ao perfil da nova carteira. Ele também ajudará realizando o acompanhamento periódico para avaliar se a rentabilidade está compatível e de acordo com os seus objetivos.

Destaco que a regra de acompanhamento e zelo vale também para todos os seus investimentos, e sobre este assunto falaremos em um próximo artigo.

Este artigo tem como objetivo democratizar o acesso à educação financeira via João Santos, Assessor de Investimentos da Valor Investimentos.

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