Anos eleitorais são sempre difíceis, voláteis e incertos! Dessa vez o fator externo traz ainda mais incerteza, em um mundo com a inflação disseminada, bancos centrais subindo juros e um conflito que se arrasta por meses, impactando todo um continente e consequente o mundo.
Tudo isso tem feito com que tanto a nossa moeda, nosso juros e nossa bolsa apresente um perfil elevado de volatilidade que reflete a incerteza dos investidores em relação ao futuro.
Mas se tratando de Brasil, quando tivemos certeza de algo? As últimas eleições também foram incertas e definidas no detalhe.
Dessa forma, vale um olha histórico para buscar entender como o mercado se comportou, sempre frisando que apesar de buscarmos algum racional nos acontecimentos passando, isso não garante que se repetira no futuro. De qualquer maneira, é curioso como o mercado se comportou nas últimas eleições
Os dois gráficos abaixo nos mostram certo padrão.
O primeira mostra a performance do indice Ibovespa 6 meses antes da eleição e 6 meses depois enquanto o segundo mostra o desempenho da bolsa 3 meses, 6 meses e 12 meses antes da eleição, sendo a média das últimas 5 eleições.
O que podemos interpretar é que antes da eleição, o mercado tende a cobrar um prêmio de risco maior devido a incerteza de quem será o próximo presidente, qual será a política econômica e como serão as diretrizes do governo para os próximos anos, porém independente de qual lado saiu vencedor, a bolsa foi bem, na média, nos meses subsequentes.
Para os investidores em bolsa, a lição que fica é que o mercado já embute em seus preços um cenário extremamente negativo, vide os níveis de valuation que o Ibovespa negocia atualmente, e se tratando de um evento eleitoral, esse pessimismo se mostra ainda maior.
Provável que o tempo remunere bem os pacientes!
Este artigo tem como objetivo democratizar o acesso à educação financeira via Romero Oliveira, sócio, especialista em Investimentos e Head da mesa de Renda Variável da Valor Investimentos.